terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Aprendizado Ações - Guia do Iniciante

Aprendizado Ações - Guia do Iniciante

Já se imaginou sócio(a) de empresas como Petrobras ou da Companhia Vale do Rio Doce? E que tal deixar a direção de “suas empresas” na mão de executivos experientes, ficar apenas monitorando sua operação e crescimento e — o que é melhor — receber sua parcela de lucro dessas companhias periodicamente?

Pois saiba que ao comprar ações destas empresas, você vira acionista, ou seja, sócio, dessas empresas. E o que foi descrito acima é exatamente o que acontece: você, como sócio, recebe periodicamente proventos destas empresas, que são o resultado do seu crescimento e lucro.
Ações são um mecanismo poderoso de aumento de riqueza e financiamento de empresas. Com a popularização e a criação de facilidades de acesso às bolsas de valores, cada vez mais e mais pessoas têm optado alocar uma parcela de seu investimento em ações.

É bom lembrar, no entanto, que investir em ações — tal como ter seu próprio negócio — possui seus riscos. Todo investimento possui um risco que, via de regra, é inversamente proporcional aos ganhos potenciais.

Em outras palavras, em alguns investimentos aceita-se risco menor com menos ganhos. Mais ganhos podem ser conseguidos em outros tipos de investimento, mas neste caso certamente seus riscos serão maiores.

O mesmo vale para ações, que são considerados investimento de risco pois há a possibilidade real de perda do patrimônio investido. Afinal, como sócio, você perde seu capital em caso de fechamento da “sua” empresa.

O outro lado da moeda é que o investimento em ações, se feito de maneira consciente e estudada, é uma excelente alternativa de acumulação de riqueza.

Muitas pessoas iniciam no mercado de ações sem saber muito bem com o que estão lidando.

Muito buscam o “lucro fácil”, outros até agem como se a Bolsa fosse um grande cassino!

Neste Guia de Aprendizado no Mundo Trade, explicaremos o que são ações e como você pode utilizar este fantástico instrumento para diversificar sua carteira de investimento e, assim, ganhar mais com esta fabulosa alternativa de investimento.

O Que São Ações?
Ações são cotas (pedaços) de uma empresa. Quando a empresa é aberta, seu patrimônio em diversas cotas — as ações —, que são distribuídas a investidores que, assim, se tornam seus donos.

Ao comprar uma ação, portanto, você também se torna dono da companhia. Junto com todas as outras pessoas (físicas ou jurídicas) que detêm ações da empresa, você passa a fazer parte do quadro de acionistas da empresa.

Ou seja, possuir ações de uma empresa é o mesmo que possuir um pedaço dela. Em tese, você é dono de uma fração de cada prédio, automóvel, peça de mobília e qualquer outro bem da empresa. E quanto mais ações possuir, maior é sua parcela.

Ações são, muitas vezes, chamadas de papéis. Isso porque, historicamente, ações de companhias eram títulos impressos em papel, que conferiam ao portador sua fração dos direitos da sociedade.

Certificado de Ações da IBM - 1969
Hoje em dia, os títulos em papel são parte da história e suas “ações” são mantidas em registros eletrônicos em sua corretora de valores e em outras entidades do mercado financeiro, mas o termo “papel” ainda é muito usado ao se referir a ações e outros ativos financeiros.

Ser dono (possuir ações) de uma empresa não significa que você participará da administração da empresa ou tomará decisões que afetem seu rumo. Também, isso não lhe dá diretamente a possibilidade de entrar na sala do diretor pra questionar esta ou aquela decisão.

Isso porque em empresas de grande porte (e geralmente todas as empresas listadas em bolsa), a direção da companhia é entregue a executivos com experiência para gerir o negócio. Estes executivos trabalham para proteger e aumentar a riqueza dos acionistas e, por isso possuem alguma liberdade para decidir os caminhos da empresa.

Como acionista, também em tese, você possui algum poder de decisão na empresa. Afinal, se você é o dono e não está satisfeito com os rumos que os diretores estão dando ao seu negócio, nada mais natural do que querer intervir para colocar as coisas em seu rumo normal.

Algumas ações negociadas no mercado dão o poder de voto nas assembléias que decidem os rumos e estratégias da companhia (inclusive a escolha da diretoria). Teoricamente, ao possuir estas ações, você poderia participar destas assembléias e, através de seu voto, participar das decisões.

Na prática, no entanto, as decisões sobre os rumos da empresa estão nas mãos dos grandes acionistas — aqueles que possuem grandes quantidades de ações da empresa.

Note que, ao possuírem grande quantidades de ações da empresa, estes peixes grandes têm também grandes interesses que ela tenha ótimo desempenho, portanto não participar das decisões não é motivo para muitas preocupações.

O acionista que possui quantidade de ações tal que lhe dá direito a participar e controlar as votações em assembléias e, assim, ter a possibilidade de controlar a empresa, com a definição de rumos, escolha da diretoria etc., é chamado de acionista controlador.

Outro ponto importante é que, apesar de ser um dos donos da empresa, a figura jurídica da empresa não se mistura com sua pessoa física. Em outras palavras, você não herda dívidas ou outros passivos da empresa.

Em termos claros: ao adquirir ações de uma empresa, sua perda máxima se limita ao valor pago por estas ações.

Por outro lado, em caso de falência ou concordata, os acionistas são os últimos da fila a requerer sua fração do patrimônio restante (se houver). Isso significa que em caso de fechamento da empresa com dívidas, você recuperará sua parcela da empresa somente após pagas todas os direitos trabalhistas, dívidas etc.

Como Nascem as Ações?
Uma empresa pode seguir diversos caminhos para conseguir dinheiro para investir em seu crescimento.

Ela pode, por exemplo, ir simplesmente a uma instituição financeira e solicitar um empréstimo.

Apesar de possível, este tipo de operação é cara e complexa, em comparação a outras formas de
conseguir dinheiro que grandes empresas têm acesso.

Outra forma de levantar capital é a emissão de títulos corporativos/debêntures. Neste caso, investidores entregam dinheiro à empresa e esta, em troca, se compromete a devolver este dinheiro em condições e datas pré-determinadas, mais uma remuneração (juros).

Levantamento de capitais com a emissão de títulos são mais simples e baratos que a obtenção de empréstimos junto a instituições financeiras. Porém essas operações também têm seu lado ruim (por exemplo, elas são contabilizadas no passivo da empresa — ou seja, elas figuram como dívida da companhia).

Ações são, em essência, similares a títulos corporativos. Afinal, investidores como você entregam dinheiro à empresa em troca de um papel que lhe dá alguns direitos em relação companhia.

Em outras palavras, títulos são uma forma de levantamento de capital através de endividamento, enquanto com ações a forma é com a divisão do patrimônio.

Outra diferença é que com os títulos, os seus direitos e sua remuneração são determinados antecipadamente, enquanto com as ações não há qualquer garantia de remuneração ou de outro tipo.

Mais outra diferença: como possuidor de ações, você participa dos resultados (lucros) da empresa e com sua valorização, enquanto com títulos sua remuneração é fixa e pré-definida.

Outra vantagem de possuir ações é que as mesmas podem ser negociadas entre investidores e isso, normalmente, acontece com valores diferentes do qual a ação foi vendida inicialmente pela empresa. Esta diferença no valor das ações ocorre devido às mudanças na percepção dos investidores em relação à empresa.

Em outras palavras: solidez, lucratividade e boa administração são — entre outros — valores apreciados em uma empresa, portanto nada mais natural que ações de empresas com estas qualidades se valorizem mais.

Não que títulos de empresas não possam ser negociados entre os investidores. Eles podem e são negociados, abaixo ou acima do valor pago à empresa, o que depende de diversos fatores. No entanto, negociação com títulos entre investidores são mais caras e envolvem grande quantidade de dinheiro — o que exclui a maioria dos investidores pessoal como você.

Em resumo, ao oferecer ações, a empresa dá a investidores possibilidades maiores de ganho (com mais risco — não esqueça) e, em troca, obtém capital de maneira relativamente fácil e barata para financiar seu crescimento. Este é o principal motivo que leva os sócios das empresas de capital aberto a dividir sua sociedade com milhares e milhares de outras pessoas.

Note que ações são a forma de composição de todas as empresas da classe “sociedade anônimas” ou “S/A”. As S/A são assim chamadas justamente porque seu capital não se encontra em nome de pessoas, mas sim divididos nas ações que a constituem.

Por se tratarem de uma classe de empresa especial, com responsabilidades e direitos diluídos, as empresas S/A têm uma legislação própria que define alguns parâmetros para a sua constituição e operação, a Lei das S/A (Lei 6.404 de 15/12/1976).

Nem todas as empresas S/A têm suas ações negociadas em bolsas. Neste caso, as ações normalmente são propriedade de relativamente poucos sócios e a empresa é conhecida como de capital fechado.

Do outro lado, estão as empresas S/A, que têm ações negociadas em bolsa. Estas pertencem à classe das empresas de capital aberto. Mais adiante, você verá como se dá o processe de uma empresa de capital fechado transformar-se em uma de capital aberto, com ações negociadas em bolsa.

Tipos de Ações
Existem vários tipos de ações, os principais sendo as ações ordinárias e as ações preferenciais.

Ações ordinárias
Ações ordinárias, também conhecidas como ações ON, são aquelas que dão direito à voto nas assembléias. Cada ação dá direito a um voto.
Ou seja, como vimos no início deste guia, se você possui ações ON de uma empresa, então — em tese — você tem o direito de participar da definição dos rumos do negócio.

Além disso, por lei, os possuidores de ações ON têm direito de vender suas ações por pelo menos 80% do valor pago por um possível comprador da empresa ao seu controlador atual. Este direito se chama tag along.Espaço Bovespa
Exemplo: o acionista controlador de uma empresa vende as ações ON da empresa ASDF S.A. por R$ 100 (cada ação) para outro investidor, efetivamente passando o controle da companhia.

O comprador das ações é obrigado a, por lei, fazer uma Oferta Pública de Aquisição de Ações para adquirir as ações ON restantes da ASDF. E esta oferta deve ser de, pelo menos, R$ 80 por ação.

Ou seja, se você possuir ações ON da ASDF S.A. e quiser se desfazer delas porque a companhia trocou de controlador, você poderá fazê-lo com preço garantido de R$ 80/ação.

Lembrando que o tag along lhe dá o direito, mas não a obrigação, de vender suas ações.

Ações preferenciais
Ações preferenciais, também conhecidas como ações PN, não dão direito à voto nas assembléias da empresa ou, pelo menos, restringem este direito de alguma forma.
Por outro lado, investidores possuidores de ações PN têm preferência no recebimento de dividendos e/ou outros proventos distribuídos pela empresa.
Em caso de liquidação (fechamento) da empresa, investidores possuidores das ações PN têm — também — preferência na repartição do patrimônio.

Outros tipos de ações
As empresas podem emitir outros tipos de ações. No Brasil é muito comum a emissão de ações preferenciais com classes distintas, cada uma com seu próprios direitos e restrições. Estas classes de ações preferenciais são normalmente chamadas de PNA, PNB, PNC etc.

A empresa é livre para determinar os direitos e restrições de outras classes ações e, para saber o que se aplica às ações que você possui, você deve consultar as atas de assembléias nas quais essas as classes de ações foram definidas.

Como as Ações São Negociadas?
Como vimos, uma empresa de capital fechado tem suas ações em poder de um grupo relativamente pequeno de sócios. De todo modo, estes investidores são livres para negociar suas ações (sujeitos apenas a alguns procedimentos da Lei das S/A e/ou estatuto da empresa).

Assim, um investidor que queira comprar ações para investir em empresas teria um boa trabalheira para visitar várias empresas e encontrar sócios dispostos a vender suas ações.

Além disso, este investidor deveria estar preparado para grandes investimentos, porque operações deste tipo são custosas e, normalmente, envolvem grandes quantidades de ações — e, conseqüentemente, dinheiro.

E por falta de forças de oferta e procura, que definiriam, em tese, um preço justo para as ações da empresa, o investidor estaria sujeito ao preço que o vendedor das ações achasse que elas valem.

Pior ainda: caso este investidor tenha adquirido ações desta forma e, em um determinado momento, precisasse de dinheiro e decidisse vendê-las, ele teria uma grande dificuldade em encontrar compradores.

Afinal, ele teria que sair de porta em porta em busca de alguém com capacidade financeira e disposto a ficar com suas ações!

Felizmente, hoje em dia existem lugares onde compradores e vendedores se reúnem para negociar ações: os mercados de ações.

Em mercados de ações, comprar e vender ações se torna uma tarefa muito mais simples e barata, por diversos motivos:

Centro de Controle Tecnológico BOVESPA (divulgação)

· É muito mais fácil um comprador encontrar um vendedor de ações que quer negociar, vice-versa. Isso trás liquidez às ações, que é a medida de quão fácil é comprar ou vender determinado ativo.
· Nos mercados de ações se encontram investidores de todos os tipos e tamanhos. Ou seja, grandes investidores operam no mesmo ambiente que os pequenos, o que permite que as ações sejam negociadas em quantidades que atendam a ambas as necessidades.
· Lucros ou prejuízos de empresas, a conjuntura econômica e o interesse dos investidores, entre vários outros fatores, fazem com que compradores e vendedores tenham interesses e expectativas diversas em relação as ações e outros investimentos. Isso faz com que os preços se equilibrem devido às forças de oferta e procura.

Existem diversos mercados de ações no mundo, que negociam bilhões de ações diariamente. Dentre os mais importantes estão a Bolsa de Nova Iorque (New York Stock Exchange — NYSE), a NASDAQ, a Bolsa de Londres e a Bolsa do Japão.

No Brasil, a Bovespa é um dos principais mercado para negociação de ativos financeiros e é onde são negociadas as ações das empresas de capital aberto. A Bovespa é também uma das maiores e mais modernas bolsas de valores do mundo.Para regular e assegurar o bom andamento dos mercados de ações, cada país ou bolsa tem órgãos regulatórios que determinam regras aos quais empresas, investidores e demais participantes têm que seguir.

No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsável por regular as atividades dos mercados de ações (entre algumas outras atribuições).

Como as Ações Chegam aos Mercados de Ações
Negociar ações em um mercado não é tão simples como entrar no salão de negociação da Bovespa e dizer que você possui X ações de uma empresa de capital fechado para vender.
Para uma empresa de capital fechado ter suas ações negociadas em bolsa, ela deve atender a algumas exigências e seguir uma série de passos determinado pela autoridade reguladora.

Todo o processo é chamado de abertura de capital e o início de negociação das ações da empresa na bolsa é chamada de IPO (do inglês, Initial Public Offering).

Um lançamento de novas ações na bolsa, ou IPO, pode ser primária ou secundária. Ofertas primárias são aquelas em que a empresa oferece ao mercado ações que estão em tesouraria e de sua propriedade. Neste caso, o dinheiro levantado na IPO é revertido integralmente para a empresa.

Ofertas secundárias, por outro lado, contém ações de posse de sócios da companhia. Os valores levantados em ofertas secundárias vão direto para o bolso do(s) sócio(s) vendedores.

Em geral, o mercado valoriza mais as ofertas primárias, pois o dinheiro levantado vai empresa, que pode usá-lo para investir em seu crescimento. Porém, uma vez no mercado, não há qualquer diferença entre as ações lançadas em ofertas primárias ou secundárias.

Tela de Home-brokerUma vez listadas na bolsa de valores, as ações podem ser negociadas livremente. Investidores fazem a negociação através de corretoras de valores, enviando ordens de compra e venda das ações de seu interesse.

Este envio de ordens de compra e venda, por sua vez, pode ser feito de várias formas junto às corretoras de valores. Até pouco tempo atrás, os clientes da corretora enviavam ordens através de comunicação escrita, faxes, telefonemas etc., que eram encaminhadas diretamente à mesa de operações da corretora, na bolsa de valores.

Hoje em dia, com a popularização da Internet, praticamente todas as corretoras nacionais disponibilizam para seus clientes o home-broker, que nada mais é do que o acesso a um sistema integrado com a bolsa, que permite ao próprio investidor enviar diretamente ordens de compra e venda de ações.

Como Comprar Ações?
Como vimos em Como as Ações Chegam aos Mercados de Ações, para comprar ações diretamente você precisa estar cadastrado em uma corretora de valores que lhe dará orientações sobre a melhor forma de você fazer a compra de ações, seja através do envio de ordens via home-broker ou de outras formas.

A vantagem de comprar ações diretamente é que você pode decidir em quais empresas investir e o momento certo de entrar e sair de posições (investimentos).

Por outro lado, investir diretamente requer algum conhecimento do mercado e dedicação no acompanhamento dos ativos. Dependendo do seu horizonte de investimento, isto é, se você objetiva ganhos a curto, médio ou longo prazo, mais ou menos dedicação são necessárias.

Por exemplo, um investidor de curto prazo devo monitorar suas posições diariamente para decidir o momento certo de comprar ou vender determinadas ações.

Investidores profissionais com objetivos de curtíssimo prazo se aproveitam de pequenas valorizações de uma ação e operam comprando e vendendo esta ação no mesmo dia, em uma operação conhecida como day trade.

Operações day trade tiram proveito de pequenas variações de preço das ações e, por isso, requerem timing apurado por parte do investidor. Isso significa que pra fazer day trades virtualmente fica-se o tempo todo acompanhando as cotações, esperando o momento certo de entrar ou sair de uma posição (compra ou venda).

Já se seu objetivo é de longo prazo, uma revisão quinzenal ou mensal de sua carteira de ações é suficiente.

Acesita PN 1998-2007

Um dos princípios do mercado de ações e que, a longo prazo, salvo caso fortuitos, todos os ativos tendem a se valorizar. Assim, se você compra ações objetivando ganhos em 10 ou 15 anos (uma estratégia normalmente conhecida como buy and hold — comprar e segurar, em português), você certamente não precisará acompanhar o (nem sofrer com!) o movimento diário de sobe-desce da bolsa.

Outra forma de compra ações é através de clubes de investimento, que são grupos de 3 a 150 pessoas que investem seu dinheiro em conjunto para, assim, conseguir ganhos de escala com a operações com maior capital.

Existem algumas regras para se criar e investir via clubes de investimento, mas eles são uma excelente opção se você definitivamente não quer operar no mercado de ações diretamente. Para investir em clubes de investimento, procure sua corretora e pergunte como investir via clubes de investimento, se você pode entrar em clubes já formados etc.

Por último, outra forma de comprar ações é através de fundos de ações. Estes fundos são geridos por profissionais de instituições financeiras com o objetivo de gerar ganhos para os cotistas através da compra de ações.

Pelo serviço de gestão do fundo, o administrador cobrará uma taxa percentual sobre os valores aplicados e/ou sobre o desempenho. Você encontra informações sobre fundos de ações em sua corretora ou em seu banco.

Entendendo uma Tabela de Cotação de Ações
Como vimos em O que Causa Variação nos Preços de Ações?, o preço de uma ação varia de acordo com diversos fatores. Se você comprou uma ação e ela se valorizou, a diferença entre seu preço atual e o preço pago (menos custos da operação) é a medida de rentabilidade do seu investimento.

Ao solicitar cotação ações em sua corretora ou na bolsa de valores para saber a quanto anda a rentabilidade de seu investimento, o investidor recebe um conjunto de valores parecido com este:

VALE5 - Diário
Data/hora: Abertura: Mínimo: Máximo: Médio: Último: Anterior:
07/10/2007 19:29 53,00 52,20 54,25 53,38 52,31 53,90

Variação: Negócios: Títulos: Volume:
-2,94% 9.956 11,37M 601,88M

Abaixo está a descrição do que cada item de uma tabela de cotação das ações da bolsa como esta significa:
VALE5 - Diário
Este é o nome do ativo (ação) a qual a cotação se aplica. “Diário” indica que o período de referência para a cotação é um dia inteiro. Você pode obter cotação ações para vários períodos, tais como semanais, diários ou até a cada minuto, e é muito importante ter certeza de que se está olhando números do período desejado.

Data/hora
O exato momento em que a cotação foi registrada. Os número de uma cotação da bolsa de valores muda a cada segundo, por isso é fundamental saber a data/hora a qual se refere as tabelas de cotação das ações.

Abertura
O preço inicial da ação no período. Em uma cotação diária, por exemplo, este é o valor negociado na primeira operação do dia.

Mínimo
Este número indica o valor mínimo que a ação foi negociada no período. Em uma tabela diária de cotação das ações da bolsa, este número registra o menor preço que um negócio foi fechado no dia.

Máximo
Similar ao mínimo do período, porém registra o valor máximo que ação foi negociada no período.

Médio
O preço médio negociado no período, ponderado pelo número de ações negociadas.

Último
O valor negociado na última operação de compra/venda da ação. Em um ativo com baixa volatilidade, este valor seria o mais próximo que você conseguiria comprar ou vender ações do ativo na data/hora da cotação.

Anterior
O valor de fechamento da ação no período anterior. Em tabelas de cotação das ações diária, este valor se refere ao preço que a ação foi negociada pela última vez no pregão anterior.

Variação
A variação percentual do preço atual (último) da ação em relação ao valor de abertura. Algumas tabelas e cotação ações mostram este campo (às vezes com o nome de “oscilação”) em valores absolutos, isto é, como a diferença em dinheiro entre o preço atual e o de abertura. Normalmente, variações percentuais são normalmente (mas nem sempre) seguidas do sinal “%”, portanto sempre certifique-se de estar interpretando este campo corretamente.

Negócios
Quantas operações de compra/venda foram executadas no período. Por exemplo, se você comprar 100 ações de uma ação, sua operação será contabilizada como mais um negócio na tabela de cotação da bolsa de valores.

Tïtulos
Quantos títulos (ações) foram negociados no período. Uma compra de 100 ações aumenta este número em 100.

Volume
O valor total, em dinheiro, negociado no período. Ou seja, este número é a soma de todos os valores pagos por compradores (e recebido por vendedores) no período da cotação. Em algumas tabelas de cotação ações, o campo Volume contém, na verdade, o número de títulos negociados (ou seja, o conteúdo do campo Títulos acima) e, normalmente, o montante total negociado é chamado de Volume financeiro ou similar. Portanto, certifique-se de estar interpretando este campo corretamente.

Mas afinal, qual o valor da ação? Qual valor determina a rentabilidade das ações de sua carteira?
Normalmente, se usa o valor da última negociação (o campo Último) de uma tabela de cotação da bolsa de valores para se saber o “valor” de uma ação.
Os tickers (aquelas faixas que ficam apresentado cotações de ação, com os nomes das mesmas seguidas de seu “preço”) também normalmente estão mostrando o valor do último negócio.
Note que o valor do último negócio é o valor mais aproximado que você conseguiria negociar suas ações. Isto porque o mercado é dinâmico e também é afetado por suas operações!
Por exemplo, se o último negócio de determinada ação foi fechado a R$ 10,00, então pode-se dizer que o “preço” da ação é R$ 10,00.
Digamos também que agora a melhor oferta de compra da ação em seu livro de oferta é de R$ 9,98, e a melhor oferta de venda é de R$ 10,00. Como não há concordância entre compradores e vendedores, os negócios não são fechados entre eles.
Caso nenhum outro investidor interfira no processo, vender estas ações neste momento a R$ 10,00 não é possível. Isso porque não há comprador aparentemente interessado em pagar R$ 10,00 pela ação!
Ou seja, se você mandar uma ordem de venda a R$ 10,00, a mesma vai ser inserida no livro de ofertas e lá ficará até aparecer um investidor disposto a comprar por este preço.
Digamos que você precisa vender suas ações no momento e aceita a fazê-lo por R$ 9,98. Este caso, você envia uma ordem de venda limitada em sua corretora, com preço de venda a R$ 9,98.
Ou, ainda, digamos que você viu, na tabela de cotação das ações, que o “preço” de sua ação alcançou R$ 10,00 e, por isso, este é o momento de vender. Você não acompanha o livro de ofertas e aceita, simplesmente, vender as ações pelo melhor preço (que, você espera, seja algo perto dos R$ 10,00). Neste caso, você envia, através de sua corretora, uma ordem de mercado (ordem de venda das ações pelo melhor preço).
Em ambos os casos, sua ordem vai encontrar um comprador disposto a pagar R$ 9,98 por suas ações. Ou seja, é mais um negócio fechado na bolsa e, agora, a tabela de cotação das ações vai mostrar R$ 9,98 como o último negócio, ou seja, devido à sua operação o “preço” da ação agora é outro.
Lembrando que o preço se refere ao lote-padrão de negociação da ação (veja Entendendo Lote de Ações da Bovespa para saber mas sobre lotes-padrão).
Por último, ao interpretar preços (último, máximo etc.) deve ser levado em conta também o fator de cotação da ação, caso haja (veja Fator de Cotação: Como Funciona para saber mais sobre o fator de cotação de ações).

O que Causa Variação nos Preços de Ações?
Uma das freqüentes dúvidas dos investidores iniciantes é porque o preço das ações varia. Afinal, porque as ações da XYZ S/A custam R$ 10 enquanto às da ASDF S/A custam R$ 80?
Vale do Rio Doce PNA x Petrobras PN
Isso acontece porque que a XYZ é uma empresa pior ou mais mal administrada que a ASDF?
E por que as ações da ASDF custam hoje R$ 80 e ano passado custavam R$ 60 (e um ano antes custavam R$ 95)?
Bom, como vimos na seção anterior, lançar ações na bolsa pela primeira vez é um acontecimento chamado de IPO. Quando se prepara para uma IPO, a empresa em questão, em conjunto com as instituições financeiras que estão auxiliando-a no processo, através de cálculos, previsões e estudos de possibilidades e expectativas, definem um preço “justo” para cada ação da empresa.
A rigor, pode parecer muita liberdade a empresa “determinar seu próprio valor” em IPOs, mas as próprias leis do mercado “cuidam” para que, até certo ponto, o preço inicial não esteja muito fora da realidade. Afinal, uma IPO com ações sobrevalorizadas pode não atrair investidores suficientes e se transformar num fracasso — e isso não beneficiará a empresa, pelo contrário.
Uma vez lançadas em uma IPO, estas ações vão para as mãos de milhares de investidores. Como vimos em O Que São Ações?, por se tornarem donos de frações da empresa, estes investidores se qualificam para receber os resultados do crescimento e lucro da empresa.
Ora, se você é dono de uma parte de uma empresa e esta empresa cresce 20% então, pelo menos matematicamente, sua parte — suas ações — também valem 20% mais.
No mercado financeiro, nem sempre os números exatos da matemática funcionam como esperado. Os mercados são movidos por pessoas com interesses distintos, sujeitas a emoções variadas como medo e ganância.
Em outras palavras, empresas lucrativas e com crescimento consistente se valorizam e esta valorização, invariavelmente, reflete-se no preço de suas ações. Porém, isso não é tudo e nem sempre há uma relação direta entre o crescimento da empresa e a valorização de suas ações.
Para entender o porquê o preço de uma ação sobre e desce é preciso levar em conta também a força das massas de investidores — compradores de um lado, vendedores de outro. Como em qualquer mercado, não só a qualidade do produto define seu preço final, mas também as forças de oferta e procura.
Note que estamos falando aqui de variações de preço de uma mesma ação com o passar do tempo. Ações de empresas diferentes têm valores distintos devido a motivos completamente não relacionados aos acima.
Para entender porque ações de empresas diferentes têm preços diferentes, é preciso lembrar que uma ação é a fração unitária do patrimônio de uma empresa. Pode-se dizer que o valor de uma empresa é a soma de todas as ações que ela já lançou (este valor, não por acaso, é conhecido como valor de mercado da empresa).
Opa, temos então uma fator que passou despercebido neste tempo todo: o número de ações emitidos pela empresa!
Assim, o valor da empresa é o valor de sua ação multiplicado pelo número de ações disponíveis no mercado (existem outros tipos de cálculo, que levam em conta classes diferentes de ações mas, para nosso propósito, esta explicação é suficiente).
Nada se pode dizer da empresa XYZ, cujas ações estão cotadas a R$ 10, em relação a ASDF, cujas ações custam R$ 80. Não se pode dizer que a segunda empresa vale oito vezes mais, que é oito vezes melhor ou maior que a XYZ etc.
Em outras palavras, nada se pode dizer em relação a uma empresa — seu tamanho, eficiência, lucratividade etc. — apenas pelo valor de sua ação, tampouco faz sentido comparar o preço da ação de duas empresas diferentes.
Por exemplo, supondo que a XYZ tenha 500 milhões de ações no mercado e a ASDF tenha 60 milhões de ações, vemos que a XYZ vale R$ 5 bilhões enquanto a ASDF vale R$ 4,8 bilhões, portanto a XYZ tem maior valor de mercado que a ASDF.

Ações - Conclusão
Em O Que São Ações? você viu que ao se tornar acionista de uma empresa você efetivamente se torna dono de parte dela e, assim, passa a receber proventos resultantes de seu crescimento e lucro.

Viu também como fica seu papel de acionista — dono ‐ em relação ao funcionamento da companhia e como a figura jurídica da empresa não se mistura à sua pessoa (esteja você comprando ações como pessoa jurídica ou física).

Em Como Nascem as Ações? você viu que ações é uma maneira relativamente simples e barata de empresas levantarem capital, além de entender a diferença entre ações de empresas de capital fechado e aberto.

Já em Tipos de Ações você conheceu os tipos de ações disponíveis e quais benefícios, direitos e deveres cada tipo trás ao investidor.

Em Como as Ações São Negociadas? você viu brevemente como as ações são negociadas entre investidores — fora e dentro de bolsa de valores — e o que são os mercados de ações. Conheceu também os principais mercados do mundo.

E em Como as Ações Chegam aos Mercados de Ações fomos mais a fundo e dissecamos como as ações são chegam aos mercados de ações. Nesta página você ficou sabendo um pouco mais sobre o lançamento de ações em bolsa (IPOs) e as diferenças entre ofertas primárias e secundárias.

Em Como Comprar Ações? vimos como investir no mercado de ações. Você viu que existem várias possibilidades, seus gahos e custos.

Já em Entendendo uma Tabela de Cotação de Ações, você ficou sabendo como entender uma tabela de cotação de ações, informação fundamental para compreender o ânimo do mercado e saber a quanto anda as ações que você tem em carteira (ou aquelas que quer operar).

Por último, em O que Causa Variação nos Preços de Ações?, você viu como funcionam as forças que movem os preços das ações. Viu também o porquê da diferença de preços entre ações diferentes.

Esperamos que este Guia de Aprendizado Mundo Trade tenha ajudado a entender as ações e como elas são um excelente instrumento de investimento e geração de riqueza, se operadas com conhecimento de seu funcionamento, risco, e estratégia.
Como dissemos lá no início, bons investimentos!

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